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Um novo combate para a guerreira

Do escritório, mas com a experiência de quem já enfrentou as chamas, a bióloga Camila Juliana da Silva Dias auxilia brigadistas da linha de frente na melhor logística de combate em campo

Quem vê a ação dos Guerreiros do Fogo no combate aos incêndios florestais nem sempre imagina a atuação de quem fica na retaguarda, prestando apoio para que o trabalho na linha de frente seja o mais efetivo e seguro possível. Ali, diante das chamas, qualquer suporte e tecnologia é bem-vindo aos brigadistas.


A bióloga Camila Juliana da Silva Dias, de 29 anos, sabe isso como ninguém. Hoje, como Analista Ambiental e Coordenadora do Projeto Quelônios do Rio das Mortes, ela atua no escritório da Aliança da Terra, em Goiânia, como uma das pessoas responsáveis por garantir o apoio necessário para que as equipes da Brigada Aliança possam se dedicar exclusivamente à sua missão principal. Mas antes de vir para os bastidores, Camila já esteve em ação como uma guerreira, entre agosto de 2021 e março de 2022, como integrante da equipe com base no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, em Goiânia.

“Eu atuei diretamente como brigadista por sete meses. Nesse período eu apaguei fogo, fiz aceiros, manutenção de trilhas e estradas e fiscalizei e monitorei parques. Ter tido essa experiência foi muito importante. Atuar na área é diferente de ouvir relatos sobre como funciona o trabalho de um brigadista”, afirma Camila.


Depois de concluir o curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal do Mato Grosso, no início deste ano, a brigadista foi convidada a compor a ocupar uma nova posição na Aliança da Terra. Suas funções atuais englobam o trabalho junto às brigadas e também na coordenação do projeto Quelônios do Rio das Mortes, que atua na preservação de tracajás e tartarugas-da-Amazônia no Mato Grosso.


No apoio aos brigadistas, Camila utiliza de sua experiência para, entre outras coisas, avaliar tecnologias que podem ser úteis no combate em campo. “Hoje no mercado, temos inúmeras tecnologias, porém, é preciso filtrar para saber se de fato funcionam”, diz. “Então, eu faço esse filtro e repasso para os combatentes como uma sugestão para auxiliá-los em seu trabalho.. Às vezes, para quem está no escritório parece simples, mas para quem está cheio de equipamentos e precisando estar alerta o tempo todo, não é viável.”


Em sua rotina, Camila ainda auxilia os combatentes nos registros das ações diárias. “Eles [os brigadistas] têm que elaborar relatórios. E aí, se têm alguma dúvida sobre como inserir uma informação nesses documentos, me procuram. Eu sou um dos apoios pós-combate.”



Um sonho que se tornou realidade


"A Brigada é um lugar que eu gosto e admiro. Fazer parte disso me deixa muito feliz e satisfeita, pessoal e profissionalmente. Afinal, conseguir trabalhar com aquilo para o que, lá atrás, me voluntariei é muito gratificante", conta, emocionada.


Seus conhecimentos como bióloga, porém, têm sido particularmente úteis para o projeto Quelônios do Rio das Mortes, em que trabalha na estruturação dos resultados. “Eu recebo informações de campo sobre quantidades de covas eclodidas e depredadas e sobre os ninhos, e tento trabalhar esses dados de maneira que mostre a importância da preservação”, explica.


Além da gestão do projeto, Camila também teve a oportunidade de acompanhar, in loco, a postura das tartarugas e a eclosão dos ovos. “Apesar de ficar mais na coordenação, em alguns casos, acabo acompanhando as ações de campo à distância e, nesse ano, pude auxiliar no manejo de covas de uma praia para outra.” Atualmente, o projeto não é financiado por nenhuma instituição, sendo totalmente custeado pela Aliança da Terra. Porém, a intenção é que, nos próximos anos, seja subsidiado e se torne um exemplo de conservação na região do Médio Araguaia.

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